sábado, 28 de março de 2009

Fortes?


Vi robustas árvores envergadas pelo vento
Lutando contra a morte, apegadas à terra
Soltando suas folhas sem, talvez, contentamento
Deixando escapar, assim, a beleza que encerra.
Vi o vento que soprava com intrepidez
Sem poder ser detido em suas livres veredas
Atentando contra uma árvore pra tirá-la de vez,
Do solo, em silvos longos entre as alamedas.
Um homem que passava segurou seu chapéu
Olhou para a árvore e se compadeceu
Pois compreendeu que debaixo do céu
Só não se curva ao mais forte aquele que morreu.
Mas até o vento que ninguém sabe de onde vem
Embora forte e ágil sem ter que dar satisfação
Chega uma hora que se cansa também
E deixa tudo que levantou cair de novo ao chão.


Jesus de Miúdo
5/10/2005

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