domingo, 1 de março de 2009

O que é que me falta fazer mais...

Se até hoje o que eu fiz ninguém faz?
Quem conhece um pouco de Cantoria de Viola sabe que esse é um tema muito pedido nos festivais, ou simples apresentações. Nele o poeta viaja, se faz forte, criativo, inventor ... Torna-se um deus na criação do repente.
É um mote que instiga o repentista poeta a falar de sua vasta cultura, ou de usá-la na construção de cada verso.
No embalo do mote, eu criei:

Eu já fui aboiador, já fui vaqueiro,
Derrubando boi na faixa pelo rabo
Eu também já amansei burro brabo
Já cantei pra donzela, fui seresteiro.
Trabalhei de arquiteto, de engenheiro
Projetei carro pra mover-se a gás
No repente ganhei uns mil festivais
Hoje em dia sou palhaço da alegria
Perguntando aqui no Circo da Poesia:
O que é que me falta fazer mais???


Eu projetei as pirâmides do Egito
A água doce do Rio Nilo? Eu destilei!
Fui Faraó da nação que tanto amei
Ouvindo o povo me chamando de bendito.
Reuni minha história num escrito
E vi Cleópatra em vestidos sensuais
Conquistando-me com trejeitos divinais
Pra me amar como a outro não amou
Mas um dia ela assim me perguntou:
E o que é que lhe falta fazer mais?


Dei uns toques a um tal de Avicena
Para escrever sobre a ciência Medicina
Descobri a molécula da morfina
E disse a Seturne: Isso aqui não envenena.
Fiz Shakespeare escrever peça obscena.
Falei pra Ghandi: vai promover a sua paz.
Johanes Kepler era apenas um rapaz
Quando lhe dei as leis da Geometria.
Agora pergunto, e por favor você não ria:
O que é que me falta fazer mais?


E O QUE É QUE ME FALTA FAZER MAIS
SE O QUE FIZ ATÉ HOJE NINGUÉM FAZ?

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